Um dia

Um dia contou os paralelepípedos da Jerônimo Coelho. Subia apressada. Entrevista de estágio. Foi contratada. Não tinha hora para encerrar. Começava às oito e noite à dentro. Um dia sua mãe perguntou se queria uma cama de armar. Era tudo e tudo. Nada, para ela, nunca existira. Subia apressada. Sempre à frente. Crescimento era vital. Não havia tempo ruim. Focada. Aperfeiçoou. Cada tarefa era exercida com excelência. Assim e assim. Expectativa sem frustração. Concretude profissional. Subia apressada. Não esperava o sinal abrir. Sorte e competência, interligadas. Um dia desceu e da calçada viu, então, só asfalto. Asfalto preto. Tudo preto. Sem fim, sem graça, duro, a perder de vista. Quando e como e para onde? Ela, múltipla, mil formatos, engastada como os paralelepípedos. Neste dia.

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