Histórias de paredes

Presente, passado e futuro se misturam quando se trata da memória de um povo, e nós gaúchos, temos uma história linda para ser contada. Porto Alegre então, nem se fala! E o pôr do sol? Imperdível.

Nosso centro histórico é recheado de lembranças e peleias, a começar pelas casas centenárias ao redor da Praça da Matriz, que séculos atrás era um cemitério. Curioso, não?

As que ainda teimam em manter-se firmes, guardam grandes segredos em suas paredes. Amores possíveis e impossíveis, conchavos políticos, discussões religiosas – afinal a Igreja Católica sempre teve influência na política –, nascimentos e mortes e, porque não, algum super faturamento, ainda que estivesse em fase embrionária…

Como exemplo de uma resistente construção, podemos citar o famoso “Forte Apache” (atual Memorial do Ministério Público) que começou sua construção em 1857 com o objetivo de ali sediar a Assembleia Provincial. Entretanto, quando a obra foi concluída em 1871, foi instalada a Diretoria Geral de Negócios da Fazenda Provincial, o Comando das Armas da Província de São Pedro, a Repartição dos Telégrafos e a Diretoria de Obras Públicas.

Após algumas alterações no prédio, em 1892 o Diretor das Obra Públicas, Terras e Colonização, instalou no torreão norte, o primeiro Observatório Meteorológico do estado. Já em 1894 foi construída a ala sul para acomodar a expansão dos órgãos governamentais que abrigava. Dois anos depois, houve outra alteração na construção (foi construído um segundo piso) para que pudesse servir de residência oficial da Presidência do Estado e a Secretaria do Interior.

O prédio foi novamente ampliado (1899) recebendo um piso adicional, fechando-se o vão entre as duas torres das quinas fronteiriças, que lhe valeram o apelido de Forte Apache. Em 1921 foi a vez da Diretoria de Higiene e Saúde da Secretaria de Saúde instalar-se nesse prédio, que ali permaneceu até 1963.

Tombado como patrimônio histórico estadual pelo IPHAE em 1982, foi devolvido ao Poder Executivo do Estado, que transferiu o direito de uso para o Ministério Público, que assumiu o encargo de restaurá-lo, o que aconteceu entre 2000 e 2002. Quando de sua reinauguração, foi rebatizado para Palácio do Ministério Público. Nas obras de restauração o prédio foi adaptado para receber as instalações do Memorial do Ministério Público e o gabinete do Procurador Geral de Justiça.

Com tantas mudanças, alterações, modificações, esse prédio, se falar pudesse, quantas histórias nos contaria!

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