As dobras do vento

Sou um livre pensador. Essa característica me permite andar pela vida sem prestar atenção em nada. Ao mesmo tempo me faz ver tudo a minha volta de uma forma diferente a cada momento. Aos que creditam esse modo de vida aos volúveis e aos superficiais, aviso que uma das demonstrações de inteligência é a capacidade de se autorecriar a cada instante. Modesto eu sou, sei disso.

Minha porção nerd entra em contato com muitas imagens e cenários que sem uma imaginação liberta não se pode compreender e vislumbrar. Quem já viu e utilizou um hadouken em batalhas, desde o século passado, entende o que falo. O poder emanado do uso controlado das mãos e dos braços pode ser avassalador. Algum dia já fui Ryu nas lutas de rua.

Me interessei mais pelo poder dos bisões voadores, que ensinaram aos Nômades do Ar as artes de dobra. A ideia do contra ataque da dobra de ar fascina pela simplicidade de aplicação e eficiência de conclusão. Invejo Aang, o último airbender, lendário para quem compreende.

Cinestesia, a capacidade de gerar movimento apenas com o pensamento ou imposição das mãos, é uma viagem para qualquer um que tenha a mente aberta. Acompanhei muitas vezes os imperceptíveis movimentos que consegui provocar. O esforço, nesses casos, são muito grandes para os pequenos sucessos.

Passeando pela cidade eu me deparo, vez por outra, com esses seres inocentes e sempre prontos a criar e se arriscar pelos mais singelos desejos – crianças. A visão de seus bracinhos esticados, seus passos desajeitados e sua determinação inconsequente me enleva. Me mostra o quão poderosos fomos quando não tínhamos idade ou discernimento para questionar o que se pode ou não fazer.

Vejo agora a pequena menina levar, com seu gesto de esticar os braços e correr, a gigantesca bolha de sabão ao encontro da cena distante, criando a atmosfera peculiar de um mundo finito povoado de pequenos seres que não sabem quem é sua maestrina. Minha preferida metáfora da criação!

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