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Amor. Controle. Como podemos enxergar algo tão diferente diante da mesma situação?

O cenário é o mesmo. Ananda e Michel caminhavam juntos, observando cada obra de arte da exposição. Pausa para o café. Ananda começou a falar da relação deles, de como estavam construindo raízes, e como estava sendo positivo todo o amor que compartilhavam. Michel discordou, disse que ela o controlava e que não havia relação e sim, um momento compartilhado. O clima ficou tenso e o assunto da conversa voltou para as obras de arte.

Ao chegar em casa, Ananda ficou sentada de frente ao espelho, refletindo sobre as palavras de Michel: como poderia enxergar o amor e ele, o controle? A situação era a mesma e os reflexos tão distintos. Seria uma diferença entre ser homem e ser mulher? Como o ponto de vista poderia distorcer a mesma situação? A bagagem que cada um carregava, os desejos e o agir eram distintos, mas não deixavam de atormentá-la e foi da tormenta que enxergou o controle. Controle identificado, Ananda entendeu que era sozinha, que pensava que para tirar esse sentimento, precisava controlar as pessoas, as situações, o mundo. Talvez, por isso, não tinha controle sobre nada e nem poderia ter.

Ananda resolveu terminar o relacionamento com o Michel. Disse que, como boa controladora que era, não tinha mais sentido continuar. Resolveu encarar seu próprio reflexo, enfrentar seu ímpeto, de acordo com seu ponto de vista. De nada adiantou. Só encontrava saída para sua solidão no controle. Para se sentir completa, talvez.

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