Vanessa Penz em foto de Tom Saldanha

Tristonha Mente

Vanessa Penz

Sempre que vejo um palhaço percebo a tristeza. Como se o sentimento se tornasse físico. Dor. Talvez seja pela famosa e tradicional pintura do rosto.  Aquela lágrima desenhada abaixo de um dos olhos, característica dos palhaços de outrora. Se bem que o Patati e o Patatá parecem bem alegres. Até demais pro meu gosto. Penso que devem estar forçando o riso, a gargalhada para justamente, esconder o quão tristonhos são.

O palhaço da minha infância foi o Didi. E ele, na maioria das vezes, estava de cara limpa. Nossa, como dei gargalhada com suas aventuras. A lembrança mais remota que tenho dele é do filme Os Saltimbancos Trapalhões (1981), cujo enredo, coincidentemente, se passa em um circo.

Mas a memória sobre ele, Mussum, Zacarias e Dedé que mais aflora minhas lembranças é da atração dominical. O programa Os Trapalhões me fez mais feliz. As peripécias dos quatro amigos que normalmente acabavam em confusão tinham, entre outros predicados, um humor inocente, as vezes nem tanto, diversão e, como o próprio nome do grupo ilustra, trapalhadas.  Um prato cheio para um fim de domingo feliz. Sempre gostei deles. Ainda gosto. Acho que os amo.

Volta e meia quando assisto a um pedaço de esquete da época, me bate uma saudade. Principalmente dos que já se foram. E aí percebo que quem está com cara de palhaço agora sou eu, porém em mim, a lágrima é tristonhamente verdadeira.

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