Rocky — meu amigo

Tudo começou naquele domingo em que minha mãe me levou, na feira orgânica, no dia do meu décimo aniversário. Enquanto ela fazia suas compras, eu perambulava solto entre as bancas. A maioria tinha frutas e legumes quando me deparei com uma diferente. Esta, era um cercadinho contendo cães. Arregalei os olhos! Cachorros prá vender? A voluntária vendo meu espanto, começou a rir; me explicou que eram cachorros abandonados e que estavam lá para adoção. Não tive dúvidas: meu presente estava diante dos olhos.

Corri na direção, da minha mãe, ofegante e falando aos tropeços. Ela só me pedia calma, não estava entendendo nada. Praticamente a arrastei, com carrinho e tudo, até o cercadinho. Ela olhou… nem me deu resposta. Começou a andar.

Mas mãe, choraminguei, hoje é meu aniversário.

Quem vai cuidar dele? — Eu, juro! Até já tem nome – Rocky. Segurei as lágrimas o quanto pude.

Assim voltamos pra casa os três. A mãe puxando seu carrinho e eu, pela coleira, o sonho realizado da minha vida.

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