Rafal Olbinski por Felipe Anselmo Olinto

Amanhecer

Felipe Anselmo Olinto

Nada descreve melhor New York que a mais pura e efervescente energia que brota de suas avenidas, parques, pontes, tijolos e dutos de respiros da vida secreta e invisível que a sustenta sobre as águas. Energia radioativa, representada pelos taxis que trafegam incessantemente como sangue amarelo nas infindáveis veias e artérias que dão vida a metrópole do planeta.

Skyline único e inconfundível. Terra de todos os povos, raças e religiões.

Destino de milhões de pessoas que buscam sua instigante e incomparável diversidade cultural, gastronômica e potência do mundo financeiro.

Após primeiros passos em terra firme na Ellis Island, incerteza e esperança como companheiras, ávidos e sedentos imigrantes ajudaram a escrever a história e lapidaram a personalidade da Big Apple – expressão perene de origem incerta nos anos 1920.

Crash da bolsa de valores e ataque às Torres Gêmeas, acontecimentos que afiguram a intensidade de sua trajetória, capacidade de resiliência e superação.

Como porto de destino do Titanic, diferente dele, não sucumbiu às adversidades dos acontecimentos. Continua a singrar seus mares de tantos icebergs.

Terra de todas as falas, gestos e vestimentas, fascina pelas cores, ruídos e incessantes sirenes que alertam que o coração pulsa, há esperança, vida que seguirá seu rumo.

Despida pela pandemia, o silêncio.

Parques, pontes, estações, asfalto e museus de forma lúgubre se esvaíram. Fechou fronteiras, enclausurou, contou os mortos.

Resistente e perseverante, aguarda dissipar a nuvem da peste que abraça seu corpo. Finalmente, o inabalável desejo de subir cada degrau para desfrutá-la brotará como a flor que se abre na primavera, sol que nasce a cada manhã.

Novo amanhecer.

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