O vitorioso

Carlos está, naquela praia famosa, debaixo do chuveirão no posto dos salva-vidas. A água fria cai sobre ele como uma benção. Exausto após vencer a competição, ele não sabe se, ao mesmo tempo, ri ou chora. Seu cérebro está um turbilhão e só consegue pensar numa só palavra: “Venci! Venci o mar!”

Sente o frio reconfortante daquela água, parecendo cristais, em suas costas quentes, do sol da tardinha, e do esforço despendido. Tem vontade de gritar: “Sou campeão!”.

Era menino ainda quando entrou para aprender a nadar, no clube social, do qual seu pai é sócio. Apaixonou-se pela natação; dedicou-se totalmente ao objetivo de ser o melhor. Foram horas e mais horas de treinamento. Sacrificou o tempo da sua adolescência: amizades, namoradas, programas. Agora pretende recuperar tudo numa vida normal. Afinal, ele está somente nos seus 19 anos.

Sente as pernas tensas. Dobra-as lentamente. Ergue os braços ao máximo fazendo uma concha com as mãos. Parece agradecer a uma dádiva recebida.

Ouve o murmúrio das pessoas quando desliga o chuveiro. Família e amigos o esperam com ansiedade. Abre os olhos e encontra os do seu treinador que, com o maior sorriso na cara, lhe alcança o seu roupão. Veste-o rapidamente e corre para o abraço.

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