O som dessa cidade

Porto Alegre pode não ser um Rio de Janeiro, onde surgiram Tim Maia, Roberto Carlos, Chico Buarque, o samba, a bossa nova e uma grande quantidade de ótimos e famosos sambistas. Reconheço também que talvez não concorra com a Salvador de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Ivete e todo aquele axé. E São Paulo? Vamos evitar comparar, até por ser dez vezes maior. Mas aqui há vida, isso há.

O Rock, a MPB ou MPG (música popular gaúcha) são os queridinhos da cidade que já recebeu dois Beatles (Paul e Ringo), os Rolling Stones, Eric Clapton e Bob Dylan. Todos grandes nomes do Rock nacional fizeram shows por aqui. Os da MPB também, claro. Daqui também surgiram bons nomes que ganharam o país como Lupicínio Rodrigues, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós e Papas da Língua.

Outros tantos artistas locais são eternos na lembrança dos porto-alegrenses. Nei Lispoa, ops, é Lisboa, TNT, Graforréia (Amigo Punk, desculpa esse meu desabafo), os irmãos Kleiton & Kleidir (Vou pra Porto e Bah, tri legal), Vitor, agora os filhos, sobrinhos e netos Ramil, são de Pelotas, mas sempre fazem sucesso na capital.

Ah, não poderia deixar de citar o espetáculo de teatro mais musical, O Tangos e Tragédias, que por 27 anos lotou a plateia do Teatro do Seu Pedro e da dona Eva (como eles falavam) para rir, cantar e dançar (o copérnico) com os geniais Sbornianos Hique Gomez (maestro Kraunus) e Nico Nicolaiewsky (RIP eterno maestro Pletskaya).

Além de ser o berço de uma boa quantidade de músicos e um importante palco para atrações nacionais e internacionais, Porto Alegre também acolheu músicos de outras localidades. O cearense Belchior por exemplo, tinha uma estreita relação com Porto Alegre. O rapaz latino americano, além de ter vindo tocar aqui diversas vezes, gostava muito da capital gaúcha, e passou um tempo por aqui no seu período longe dos palcos e da fama, anos antes de falecer em Santa Cruz do Sul.

Belchior aliás compôs uma das músicas que fez mais sucesso na voz do maior talento musical nascido por aqui: Elis Regina! Elis, a mais bela e poderosa voz brasileira, morou ali no IAPI. Quem nunca cantou junto ouvindo: “minha dor é perceber, que apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”?

E é aqui na cidade de Elis e onde o percursionista pelotense Giba Giba fez sua carreira, unindo a cultura afro-brasileiro e a música gaúcha, que surgiu A Orquesta Feminina de Bateria e Percussão As Batucas. Criada por Biba Meira, nasceu para afirmar a inserção das mulheres, e com seis anos de atividade já participa da vida cultural da cidade, tocando em eventos, festivais, casas noturnas e no carnaval.

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