Encontro com a Máfia Grega

Diana olhava pela janela do avião e via montanhas com resquícios de neve. O mês era abril, por isso a presença daqueles picos ainda nevados a surpreendeu um pouco. Sempre havia pensado na Grécia como um país de praias e sol. Seus planos eram passar dois dias em Atenas e depois pegar um barco para as ilhas, iniciando o tour por uma das mais distantes: Rodes.

Como era seu costume, viajava somente com uma pequena mochila. Gastava pouco, se hospedando em hostels, comendo em restaurantes populares ou comida de rua. Às vezes, preparava as refeições nas hospedagens, quando dispunham de cozinha.

Para ela viajar era improviso, brechas para o mágico acontecer. Por isso, quase nada era organizado com antecedência. Naquela época não havia Booking ou Airbnb. Ela fez previamente uma pesquisa na internet e em revistas, mas sem interferência de agências de turismo.

Sua ideia inicial era, após o desembarque, tomar um ônibus para o Porto de Piraeus. Ficar hospedada por lá e ir de metrô até o centro de Atenas, visitar a parte histórica e a Acrópole. Certamente seria mais fácil e econômico já estar no porto. Poderia pesquisar as empresas de transporte para as ilhas.

Desembarcou em Atenas e a primeira coisa que chamou a atenção foi que as lojas do aeroporto estavam fechadas, inclusive o ponto de informações turísticas. Perguntando aqui e ali, descobriu que era Páscoa na Grécia, a Igreja Ortodoxa faz a celebração em data diferente dos católicos e esta é a principal festa do país. Todos viajam e tiram uma semana de folga. Logo, as linhas de ônibus estavam paradas.

A jovem foi obrigada a embarcar em um taxi:

– Por favor, me leve ao Porto de Piraeus, na zona dos hotéis.

Não, vou levá-la a um hotel no centro de Atenas. – Respondeu o motorista mal-humorado em um tom de voz ameaçador, e arrancou o carro.

Diante das ruas desertas, Diana decidiu não discutir. Ficou tensa até que o carro parou em frente a um hotel no centro de Atenas. Dois homens enormes vestidos com tenros escuros ladearam a porta do taxi e um a abriu.

– Ali é a recepção moça, pode ir entrando.

Sentindo-se acuada e muito desconfortável Diana fez o registro escoltada pelos dois homens. A mulher da recepção perguntou de iria para as ilhas. Ela disse que sim.

Então a senhora pode comprar o pacote em nossa agência turística no final da quadra.

Diana, ficou dois dias no hotel, foi visitar a Acrópole, mas enquanto passeava descobriu onde estava a estação de metrô mais próxima. Confirmou que estaria funcionando durante o feriado e comprou um bilhete que deixou guardado. Cada vez que ela saía os dois capangas perguntavam: – Já passou na agência de turismo?

– Ainda não, vou deixar para amanhã, depois do checkout.

Eles sorriram.

No outro dia, tomou o café, vestiu a mochila e pagou o hotel.

Ao sair um dos homens disse:

– Estão esperando a senhora na agência.

– Claro! Estou indo para lá agora.

Os dois homens a observaram enquanto ela descia a quadra em direção à loja. Relaxaram e começaram a conversar. Foi nesse instante que ela entrou em uma rua lateral que conduzia à estação de metrô. Saiu correndo, desceu as escadas da estação, pegou a passagem e enfiou na roleta. Ouviu o trem se aproximando. Se atirou para dentro do vagão. Finalmente ia para Piraeus, ninguém a havia seguido.

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