Dio Santanna em foto de Anibal Elias Carneiro

O cão condena

Dio Santanna

 

Não

Não é ficção

É dor exposta

Rasga a pele

Dói a carne

O osso

Nada de alma e

Dessa tal de esperança

É arte nua e crua

Arde

Não

Não é minha

A culpa

Todos os desejos

Ensejos meus

Olhos fixos

No crucifixo

E sigo

Em paz

Não

Não é tese

Nem estatística

É sangue

Que quase não pulsa

Expulsa

Não lateja

E o cão

Condena

Porque

Late

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