Calores do sol

Viver em Porto Alegre é poder viver as quatro estações durante o ano. Vantagem de viver ao sul do Trópico de Capricórnio. Eu sonsidero isso uma vantagem.

Está certo que a crise climática pode atrapalhar um pouco. Ou muito. Não sei se o fluxo de uma vida é suficiente para constatar grandes mudanças.

Leio sobre a catástrofe que será o mundo em cinquenta ou cem anos, com um acréscimo de temperatura de dois graus a mais, em média. Sinto alívio e impotência. Alívio porque na minha cabeça torta não serei muito afetado. Impotência porque parece que o que quer que eu faça não será suficiente para deter a catástrofe.

Em todo caso, voltando a Porto Alegre, além de dispor de quatro estações, a cidade tem temperaturas amenas. Claro que em termos relativos. Costuma ser menos fria do que Curitiba no inverno. E talvez seja menos quente do que Belém do Pará no verão.

Principalmente esse aspecto do calor me vem a mente, quando vejo essa foto com um sol que me parece um poente, com um chuveiro. A luz quente do sol. O alívio da água corrente.

Penso em Belém, apesar de eu nunca ter estado na capital paraense.

Faz já mais de dez anos uma colega esteve por lá, e reclamou do calor da cidade. Isso a ponto de se refugiar no ar condicionado de um shopping durante uma caminhada.

Uma vez encontrei um paraense deslocado aqui pela capital gaúcha. Vivia já há algum tempo aqui. Comentei sobre essa minha colega. O paraense discordou, alegando que no verão, Porto Alegre era tão ou mais quente que Belém. Empiricamente eu não poderia contra-argumentar. Depois ainda percebi que essa pessoa era obsessiva em, digamos, ganhar discussões, o que acaba tornando qualquer diálogo estéril.

Outro colega tirou férias agora, neste novembro. Foi conhecer Belém. Ele ainda não retornou ao trabalho para sabermos suas impressões.

Quanto a mim, bem que desejaria conhecer Belém em seu calor máximo, para comparar com aqueles raros dias de Porto Alegre em que a temperatura ultrapassa 35 graus, e a umidade relativa do ar vai a mais de 50%. Aqueles dias em que a roupa mela no corpo, e a gente parece que vai derreter.

Aqueles dias que o sol bate na cabeça, parecendo fritar pele e cozinhar miolos. E aspiramos por um chuveiro que nos traga alívio.

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