Roberta havia chegado há dois anos em Heildelberg para seus estudos de doutorado na área de planejamento urbano. Sua investigação focava nos espaços públicos para crianças.
Durante vários meses, viajou por diversas cidades para entender isso tudo na prática. Observou que, diferentemente do Brasil, havia muitos lugares pensados para os pequenos.
Nos parques e praças identificou vários aspectos que se repetiam: grande uso de materiais naturais como madeiras e cordas nos brinquedos, espaços com areia, colocação de elementos para evitar ou reduzir o impacto de possíveis quedas, áreas com árvores que permitiam o sombreamento nos meses mais quentes e a entrada da luz naqueles mais frios, pais e mães que acompanhavam seus filhos nas brincadeiras.
Em suas leituras encontrou informações sobre como alguns arquitetos locais constroem os parques. Eles costumam observar os movimentos das crianças para planejarem equipamentos que possam estimulá-las a movimentar-se. Quando percebeu a existência de grandes pinguelas ou passagens entre os brinquedos, isso fez todo o sentido.
Ao retornar para o Brasil durante as férias para visitar a família e amigos, encontrou um ex-colega da graduação.
– É verdade que os alemães são muito sérios e não gostam de brincadeiras? – perguntou ele.
– Não é o que tenho percebido – respondeu. E abriu sua coleção de fotos.
O nome do álbum: spielen.
Saltitante acompanhar que criança é feliz em qualquer lugar se houver segurança e espaços públicos
Espaços públicos e seguros potencializam a felicidade das crianças e dos adultos 😉