Ao entardecer

Num sábado qualquer, à tardinha, saí para caminhar aproveitando o sol de um fim de tarde primaveril. Tomei o rumo do Centro Histórico. Andava sem pressa, prestando atenção cuidadosa nos prédios antigos, que já conhecia, mas nunca em detalhes. Assim pude reparar nas portas e janelas entalhadas em madeiras nobres e nos casarões com soleiras em mármore ou granito.

Ainda observei, com uma curiosidade de turista, o Museu Júlio de Castilhos, a Catedral Metropolitana e o Palácio do Governo. Eu estava na Praça da Matriz.

De repente, pareceu-me ouvir o som de bumbos. Instintivamente meus pés começaram a andar no compasso e, sem me dar conta, eu estava quase dançando na rua. Que vexame!

Segui em frente atrás do som. Vi numa área de uma residência, um maravilhoso coral feminino, conduzido por uma jovem que tocava violão. A música, para mim desconhecida, tinha seu tempo sincopado marcado por quatro bumbos batidos por, nada mais nada menos, que quatro crianças. A minha reação foi de surpresa e encantamento. Um deles deveria ter uns três anos e o maior, oito.

Fiquei um bom tempo parada na calçada, encostada na parede ao lado, usufruindo aquele momento único. Só consegui sair após o fim do ensaio.

Continuei minha jornada ainda com aqueles sons na minha mente. Estava um pouco atordoada por tanta informação adquirida naquele passeio. Como, realmente, eu conhecia pouco onde nasci.

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