Os Deuses deviam estar loucos.
Num de repente me carregaram para um inesperado devaneio.
Lá estava eu, deitado sob a grande sombra encantada daquela frondosa árvore centenária.
Nuvens no céu despertavam o imaginário criativo.
Isso me inspirou a viajar por tantas lembranças já vivenciadas, desde aquela enorme figueira que era o point da gurizada, como em diversas outras formas de aprendizado.
E neste movimento de rara afetividade entendia que uma lágrima do coração era bálsamo para abrir uma “Armadura de Aço”.
E esta sombra abrigava a imagem de um maluquinho que falava com pássaros e se desfazia de toda sua roupa e de todos seus bens para conseguir adeptos a uma nova forma de amar.
Há também a história da coragem daquele maestro famoso que abandona o mundo da fama para se reencontrar na sua cidade natal onde passou sua Infância.
E num pequeno momento desta introspecção em que ousei me permitir dar um descanso para o racional percebi um estranho barulho lá longe que aos poucos foi se aproximando, aguçando cada vez mais minha curiosidade. Tal qual numa escola de samba aquele tum-tum marcava uma cadência rítmica e prazerosa. Um som insinuante que se manifestava numa dança de felicidade e, ao mesmo tempo, como um sopro vital.
Comecei a perceber então que este tum-tum era o som do meu coração que se enche de alegria porque está reconstruindo sua identidade, alegria, plenitude, liberdade e paz.
Talvez aqui ainda caiba manifestar a gratidão ao universo por esta grande oportunidade de VIDA.