E se pudesse eu receber uma página em branco e, como uma mancha no papel, recomeçar do zero. Olhar para o espelho d’água e ver o mundo de outra perspectiva. Faria tudo igual, ou diferente do que fiz até hoje?
Avaliaria situações colocando na balança, priorizando o que realmente importa. Olharia mais as estrelas. Sentaria nas calçadas. Caminharia pelas ruas da cidade escutando os pássaros.
Minha tela já está rabiscada e algumas das cores já não enxergo mais. Não desejo olhar para trás e ver apenas um rascunho sem a possibilidade de nem ao menos passar a limpo.
Mas ainda há tempo e ele está a meu favor. Enquanto eu estiver aqui todos os dias serão de novas oportunidades.
Enquanto o sol brilhar, enquanto meu fôlego não expirar, darei asas aos meus sonhos, soprarei os cataventos. Na simplicidade, viverei. Sem contar o tempo irei em busca da felicidade e na grande colcha de retalhos irei tecer minha história.
Como disse o grande poeta Mário Quintana – “a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa”.