Depois de colocar o último item dentro da mala, fechou-a e a levou até a porta do quarto do hotel. Ligou para recepção dizendo que queria encerrar a sua conta e pedindo para que alguém viesse buscar a bagagem. Enquanto isso, sentou-se na beirada da cama e começou a lembrar-se dos ótimos momentos que havia passado nessa cidade linda e que havia aprendido amar, de todas as maneiras.
Seu pensamento começou a voar, como nuvens.
– Ah, quantos lugares maravilhosos! – falou em voz alta.
Imediatamente recordou-se do encantador pôr do sol na orla do Guaíba, onde deixara seu corpo e alma receberem o calor do sol e do amor. Seu olfato a fez lembrar do Mercado Público, onde degustou o famoso sorvete na Banca 40 e do almoço no restaurante Gambrinus onde comeu um delicioso peixe com todas as iguarias possíveis.
Em saltitantes passos, sua memória foi até o chope bem gelado que tomou num dos bares do bairro Cidade Baixa, onde a flora e a fauna se unem sem estremecimento.
Após alguns segundos de um vazio, que pareceram intermináveis horas, surgiu, em sua mente, a feira no Largo da Epatur, onde degustou alguns tipos de queijos. Também pôde ver, apalpar e comprar, algumas frutas frescas que lhe encheram a boca de água.
O que dizer das prainhas que circundam os fundos de alguns casarões da Zona Sul? Lindo – disse para si mesma. E o calçadão do bairro Ipanema, que os gaúchos teimam em chamar de praia do Guaíba, onde famílias inteiras troteiam com seu chimarrão, filhos e pets?
O chimarrão também acompanha o passeio no Parque Farroupilha nas manhãs de domingo. Após a caminhada, é inevitável deixar de ir ao Brique da Redenção, onde se vê desde antiguidades até o artesanato indígena, passando por uma infinidade de bancas onde há diversos itens expostos. E após o gasto calórico da caminhada matinal, nada melhor do que almoçar por ali mesmo, num daqueles restaurantes vegetarianos onde não se come carne, mas bebe-se suco natural de clorofila com espinafre e hortelã, e na saída toma-se chá de alguma erva.
E a noite de Porto Alegre na rua Padre Chagas, o que é aquilo? Chega a ser quase que irreal, mas bonito de se ver. Todos bem vestidos, com roupas de grife e carros carérrimos disputando Cartão “Black” para todos os lados. Espumantes, vinhos, cervejas importadas acompanhados de exposição e paqueras.
Outro lugar maravilhoso é a Casa de Cultura Mário Quintana, com suas galerias repletas de quadros de artistas locais e de outros lugares. E, para encerrar, não existe nada mais gostoso do que ver o entardecer na cafeteria do sétimo andar, com alguém tocando MPB ao violão e um chope bem gelado. Não tem nada igual, melhor que isso estraga.
Toc toc – batem na porta.
Absorta em suas lembranças, não escuta.
Toc toc, batem com mais força, e isso a faz sair do transe. Abre a porta.
– Vim buscar sua mala – diz o carregador.
Seus olhares se cruzam e, depois de infindáveis segundos fala:
– Não precisa mais. Vou ficar para sempre nessa cidade que aprendi a amar e que tem o pôr do sol mais lindo do mundo!
Linnndoooo….juro consegui fazer um otimo passeio com este belo presente literario… parabéns