Marcel Marceau. Talvez o mais conhecido mímico do mundo, com as capacidades que os mímicos têm de nos encantar. Espécie de palhaços silenciosos, produzem riso e nos cativam sem dizer palavra.
Nascido no leste da França, de origem judaica, quando estourou a Segunda Guerra Marceau fugiu para o oeste do país, onde aderiu à Resistência. Seu pai foi preso pelos nazistas e morreu em Auschwitz.
Não obstante isso, terminada a guerra, foi estudar arte dramática e logo foi integrado à uma companhia teatral fazendo o papel de Arlequim.
Foi o suficiente para iniciar e logo consolidar essa carreira de mímico.
Juarez Machado. Brasileiro. Nascido em Joinville, no final da adolescência mudou-se para Curitiba, onde estudou belas artes. Daí decorre que seja pintor, escultor, designer, cenógrafo, fotógrafo. Mímico.
Não consta que tenha passado por violência política. Passou incólume pelo nosso regime militar (1964-1985), inclusive pelos anos mais duros entre o final de 1968 e 1978.
Na minha memória, eu mal consigo lembrar de suas esquetes no programa Fantástico, em meados dos anos 1970. Mas quando penso em sua figura, me dá vontade de sorrir.
Eis que a foto de um artista trajado como mímico, de pé, entre rochas, me evocam dois homens que, silenciosamente, ajudaram a encher o mundo de arte.
Encheram o mundo de arte? Ou diminuíram o vazio da existência?