Jefferson Escobar em foto de Iara Tonidantel

Fluído ou em qual pasta guardar minhas convicções

Jefferson José Rodrigues Escobar

Corro para pegar um café e não perder nada da palestra – sexualidade na atualidade sob a luz da teoria Freudiana. Já devidamente ajeitado com o líquido aquecendo minha mão. Sento-me e começa a dissertação.

A psicanalista fala, em monotom, as teorias de Freud. Pulsões, sexualidade, fase oral, anal, complexo de Édipo. Parece que voltei 34 anos. Só teoria, às vezes, pouco palatável e de difícil entendimento, aprendido com o tempo e tatuado na minha mente.

A próxima aula de uma colega psiquiatra infantil que começa de maneira tranquila, mas que já me assusta. O título: Sexualidade fluída. Conceitos: sexo, identidade de gênero, cis, trans, trisal, bi, tri, gouinage. Teorias e conceitos novos. O que fazer? Recorro a Raul – prefiro ser essa metamorfose ambulante. Vem o caso clínico e a discussão. Onde guardar as minhas convicções? Qual pasta?

Paro, penso e descubro que preciso juntar o que tenho de bagagem (muita) e pensar que minha função não é ter convicções, mas entender e ajudar.

Melhoro e aproveito as discussões. Assim, não preciso uma pasta específica, nem de tatuagem, mas circular sobre tudo isso aprendido hoje.



Descubra mais sobre Oficina Santa Sede

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

gostou? comente!

Rolar para cima