Os meios de comunicação digital encurtam distâncias. A cada hora, minuto, segundo chegam milhares de informações. Tablets, notebooks e celulares expulsam ‘oi-tudo bem?’, memes, vídeos, links, audios o tempo todo.
Assisto esse turbilhão. Sensação de proximidade e pressão. Encontros virtuais permitem matar a saudade, mas também podem trazer mais tarefas. Contatos instantâneos facilitam a troca de informações da mesma forma que podem alimentar a ansiedade.
Meus olhos acompanham frenéticos, a incrível quantidade de notícias. Elas saltitam nas plataformas dos jornais. Uma guerra de manchetes e imagens: inflação, bombas, desemprego, fome, inteligência artificial,-mudanças climáticas.
Em meio a tantos chamados digitais, uma imagem me captura: uma menina sendo resgatada, em meio a um conflito armado, por um soldado usando máscara de gás. A proximidade física entre os dois remete ao afeto e ao cuidado humano. A máscara, no entanto, sugere falsidade e distanciamento.
Este é o nosso grande paradoxo: nunca estivemos tão pertos e, ao mesmo tempo, tão distantes uns dos outros.