Dou-lhe três

Comum.

Não sei se essa é realmente a palavra certa para descrevê-la, mas é fato que não era muito notada por aqueles que por ela passavam. Não era feia ou estranha – apenas não percebida. Acredito que nem se incomodava de não ser o centro das atenções. Em sua vida, não havia grandes histórias que lhe tivessem arrancado suspiros ou lágrimas – ficava confortável em apenas ver a lua subindo ao céu ao longo do tempo.

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Discreta.

Sim, essa é a palavra certa para descrevê-la. Carrega a elegância daqueles que não precisam mostrar o quanto tem. Educada na forma antiga, está sempre cultivando o que lhe foi ensinado com distinção. Prefere uma vida despretensiosa, não lhe interessa dar satisfação, do que faz ou pensa, a ninguém. O simples lhe é suficiente. Por outro lado, é bastante criteriosa na escolha das suas amizades, a quem oferece belos momentos em sua companhia.

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Pulsante.

Essa é a minha palavra para ela. Sempre que tenho tempo para me dedicar, avanço por novos espaços e me sinto uma privilegiada – consigo vê-la vibrando. Assim como o sangue que corre vermelho e quente e vivo pelas nossas artérias, há cheiros e formas e sons pulsando por seus caminhos. Há pessoas, com seus problemas e sonhos, que a transformam em um lugar melhor, todos os dias.

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A cidade que me tem não é uma metrópole, mas pode ser tudo o que quiser: comum, discreta, pulsante.

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