Verdes lembranças

Uma das minhas características principais como viajante é a de caminhar muito nas cidades. Só evito se as condições climáticas não colaboram. Em dias de chuva, ou então de sol muito forte e temperaturas altas, como aconteceu na minha última viagem em Split na Croácia. Não sendo esse o caso, pernas para que te quero. Caminho todo dias por muitos quilômetros.

Mas eu não gosto de caminhar somente quando viajo, o faço também pela minha Porto Alegre. Ontem por exemplo, saí de um evento no Plaza São Rafael, perto das 19hs e fui a pé até a minha casa. Um trajeto de mais de quatro quilômetros. E quando caminhamos costumamos conhecer mais as cidades do que quando usamos algum meio de transporte. Prestamos atenção nos prédios, no comércio, nas pessoas e também nas árvores. E a minha cidade é muito bem arborizada. Uma vez por semana costumo caminhar pela rua Miguel Tostes, onde tem uma em especial que sempre me chama a atenção. Ela não é muito alta, mas é daquelas que tem uma copa larga, produzindo uma boa sombra para quem busca um refresco nos dias quentes do nosso verão.

Não sei qual a espécie, mas ela me lembra duas outra árvores que me trazem recordações da infância. Não, não foram daquelas árvores que eu escalava, pelo menos não lembro de subir nelas, como fazia em outras pelos parques e praças da cidade, ou então nos marcos das portas de casa. Essas duas me marcaram pelo seu porte e por estarem em locais importantes da minha infância. A primeira delas não ficava em Porto Alegre, e sim em Cruz Alta, no pátio da casa dos meus avós paternos e se tratava de uma Seringueira. Com tempo bom, estávamos sempre a sua volta, aproveitando a sombra refrescante que ela fazia. Tinha uma mesa bem embaixo dela, e ali almoçávamos, jantávamos, fazíamos a ceia de Natal e a de Reveillon. Eram tempos bons, eu e meus primos ainda criança, meus avós e tios vivos, a Bahia, funcionária da vó me agradando com batata frita e massinha de pastel.

Aqui em Porto Alegre, uma das árvores mais impressionantes que conheço, é a que fica dentro da sede do Grêmio Náutico União no Moinhos de Vento. Não sei mais detalhes sobre ela, mas é uma árvore enorme com um tronco muito largo que chama muito a atenção de quem entra na sede. E assim como a árvore da casa da minha vó, essa também me traz muitas lembranças, pois fiz muitos anos de natação nas piscinas que ficam próximas a ela, além de ser um lugar que ia muito me divertir nas férias e finais de semana.

Outra árvore que me chamou muito atenção principalmente pelo inusitado, é a árvore que fica junto ao palco dos shows no Hyde Park em Londres.
Aqui na minha Porto Alegre, na sua cidade ou pelo mundo que possamos preservar as nossas cidades verdes e arborizadas. Assim além de podemos aprecia-las, ainda ganhamos sombra para nos refrescar durante os dias quentes de verão.


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