Colocar-me naquela moldura com fundo de madeira ripada.
Juntar com aquelas crianças, multiplicar risos, dividir com sabedoria, distribuir ações. Provar para todos que os mundos em nossas mãos nos tornam livres. Seguros.
Basta cuidar, repor o que for retirado. Saber que direito gera dever. Sobreviver sem destruir é conservar a natureza. Não sei minha ascendência, nem minha descendência nativa.
Sei que minha cor gera outras e na maioria se deriva. Nasci de potências naturais que têm uma força desigual: O amor e a vida. No meu encontro com opiniões gero outras. Sou tão forte e puro como negro minério. Ultrapassar as rochas no mar. Conquistar meu lugar. Sempre fui visto. No passar das ondas, nas mais fortes atrevessei. Refinei a minha negritude nas águas transformadas em lágrimas. Ser forte é polir-se. Transformar madeiras em obras. Não esquecer de podar. Replantar. Em abrigo para morar. Quero ser livre de pensamentos escravizados. Não quero devastar meu mundo. Quero igualar o desigual. O mundo é nosso. Não sou egoísta. Se a fantasia monta um personagem. Na minha dança, eu danço de mãos dadas. O suor que cai do meu rosto, transforma-se num mineral precioso. É formado de outras vidas. Junção de muitos amores.