Quer resolver um problema grave a uma grande distância? Chame o Superman. Precisa evitar um acidente aéreo por falha técnica? Chame o Batman. Quer levantar um peso descomunal? O incrível Hulk. Escalar uma parede? O Homem-Aranha (de preferência em inglês). Precisa de alguém com força sobre-humana? Mulher-Maravilha. E, assim, há uma sequência infinita de super-heróis com atribuições bem definidas, com o objetivo de socorrer os que precisam.
Talvez o Google responda melhor à pergunta. Prefiro, porém, ficar com minha suposição: esses protetores e defensores extraordinários surgem da necessidade de se resguardar a fragilidade.
Os primeiros são os pais. Além de prover o sustento daquele ser que, por si, não vingaria, desvendam-lhe o mundo e as maravilhas que encerra. Na família, o papel também pode ser de um irmão mais velho, cuja imagem se reflete na íris do irmãozinho como um campeão.
Depois, viriam os professores. Um que se destacasse como paladino da coragem e da justiça entraria facilmente no mundo infantil como herói. Sua imagem até poderia ser estampada em camisetas, nivelando-se aos famosos. Todavia, em tempos de Internet e precocidade no manejo do celular, os mestres reais são ostensivamente ignorados e substituídos por aquelas figuras imaginárias, com roupas, armas e meios de locomoção especiais para enfrentar a adversidade.
Pode ser que os experts da saúde psíquica considerem importante esse mundo fantasioso para incutir e cultivar valores na infância.
No fundo, todos temos nossa figura de predileção. Só não admitimos, pelo: o-quê-que-os-outros-vão-dizer?! Mas, em nome da liberdade de escolha e de expressão, revelo que o meu super-herói é humilde, doce e sereno. Não aponta caminhos – Ele é o Caminho. Ele é a Verdade e sua arma é a palavra. Ele é a Vida – seu corpo é alimento. Seu feito extraordinário: a Ressurreição. E minha camiseta tem a marca da fé.