Terry Widener por Ananyr Fajardo

Abra(espa)ços

Ananyr Porto Fajardo

(…) me abrace, que no abraço mais do que em palavras, as pessoas se gostam.

Clarice Lispector, 1945

Há braços que se cruzam, restringem, ordenam; que acalentam, indicam, protegem. Uns consolam, outros se enamoram; ampliam o horizonte, libertam o olhar e a caminhada; muitas vezes suplicam ou submetem. Passei por tudo isso e, quando me dei conta, veio o distanciamento social – na verdade, físico. À distância do abraço, outros sofrendo ou contentes. Parabéns, desculpe, por favor, obrigada, tudo de bom (e de longe!). A palavra acolhe, um olhar atencioso e um ouvido sensível aconchegam. Porém, nestes tempos interativos, tocar o outro é urgente e inevitável. Abraços para não dizer adeus.


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