O vagão
Jaqueline Behrend Silva
O vagão percorre os trilhos da vida.
Desconhecidos no trem, concentrados em seus pensamentos.
Observados ou não, uns pelos outros, e quem sabe até invejados.
Só cada um sabe o que ocorre enquanto o trem anda.
O trem com as rodas de metal frias no trilho, soltando gritos de dor e lamúirias de vida.
Passageiros sem rumo, passageiros com destino certo, alguns que a estação decidida não fará diferença.Todos se dirigindo à algum lugar.
Noite caída ou amanhecida, prontos para chegar ou retornar.Noites de diversão, maldição dos dias.
No vagão se encontram como fantasmas.Muitos quase tranlucidos, imperceptíveis. Metáforas de si mesmo.
O trem segue o trilho, a direção está no visor, observam a área externa e suas estações.
Pichações distraem alguns, instigam outros. Arte urbana, sujeira urbana, destruição do alheio.
A decisão de descer ou permanecer está em cada um.
O trem descarrilha, alguns poupados de sua própria tragédia, a grande maioria irá sucumbir.
O palhaço mostra sua cara. Expressa a alegria triste e a loucura da alma.
Ele sabe, nos trilhos da vida, só se mantém quem tem controle emocional e asas para voar.
Na estação o vagão.