Por mais hermética e misteriosa, a alma humana não consegue se esconder. Há uma pequena abertura por onde ela se deixa perscrutar: a janela dos olhos. O olhar é seu fiel espelho. Através dele se descobrem as mais profundas emoções. A raiva, o rancor, o medo, o assombro, a admiração, a serenidade, a alegria, a dor, a tristeza, tudo pode transparecer no olhar.
O difícil é enxergar.
Num mundo individualista e veloz, como o nosso, torna-se complexo olhar nos olhos do outro. E, muito mais, usar o único decodificador para cada um de seus sentimentos: um coração sensível. Um coração que se importe com a amargura, entenda o desalento, vibre com a alegria, trema de medo, chore com a tristeza. Um coração que busque atravessar a tênue e sutil linha que separa emoções antagônicas. Um coração que possa acionar o disparador da compaixão, e, com um xiiisss, transforme um olhar profundamente triste em um largo sorriso de estrelas, pérolas e diamantes.