O menino corre pela praça, rindo e gritando. Os pombos, que antes descansavam tranquilos, levantam voo em desespero. As asas batem apressadas, e o céu se enche de movimento. A paz que dominava o lugar se desfaz em segundos: A praça se transforma em um palco de agitação. O menino, alheio, continua a correr, acreditando estar apenas brincando.
Os pombos não têm para onde ir. Suas vidas se resumem a esses pequenos espaços urbanos. Nós tiramos seus lares originais, quando construímos prédios, ruas e avenidas. As árvores, os campos e os rios foram ficando cada vez mais distantes. Agora, os pombos, como tantos outros animais, buscam abrigo nas brechas da nossa civilização.
O menino, sem culpa, apenas faz o que qualquer criança faz. Corre, grita, se diverte. Mas seus passos espantam os pombos, que não encontram descanso na agitação da cidade. Nós fazemos o mesmo, em uma escala maior. Espantamos os animais de seus habitats, roubamos suas tranquilidades. E assim, o que antes era um mundo de harmonia e equilíbrio, torna-se uma constante luta pela sobrevivência. O menino corre. Os pombos fogem. E a calma da praça, mais uma vez, desaparece.
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