Eu não gosto de gato
Vanessa Penz
Difícil escrever. Não é um assunto que me interessa. Não falo sobre. Prefiro não opinar. Acho gato espaçoso, indiferente, interesseiro. Quase mau caráter. Não gosto.
Poderia falar sobre superstições. Muitas delas envolvem gatos. Seria uma boa maneira de falar, sem falar. No mesmo viés, quem sabe abordar o assunto sobre histórias de terror. Eventualmente tem o bichano metido.
Não dá, eu não gosto de gato.
Espantei um daqui de casa, hoje. Já eduquei o branco, o malhado e o cinza. Não sei de onde surgiu o preto. Nada de ficar deitado na pedra quentinha, pós-sol em frente a minha porta. Dá-lhe essência de alecrim. Logo, logo o preto entra na linha.
O Gato de Botas, Garfield, Tom, Félix são alguns dos felídeos mais famosos que conhecemos. E daí?
Brad Pitt, Cauã Reymond, Sean Connery, Fernando Alonso. Hummm. Destes eu poderia falar, escrever, imaginar. De um tudo. Todos tão lindos. Entretanto, não me lembro de utilizar o nome do felino como adjetivo. Gatão, até que sim, gosto um pouco. Mas sabe como é, né? Eu já disse que…
Confesso que gato me entretém. Quando? Em vídeo-cassetada. Adoro. É sempre divertido assisti-lo tentando caçar um passarinho na gaiola que nunca vai pegar. Ou vê-lo levar um susto e sair correndo.
O prezado leitor que tem mínima simpatia por gato deve estar pensando:
Não, ela não gosta de gato!