Uma homenagem aos 40 anos de As Cobras, de Luis Fernando Verissimo

Arrastava-se o ano de 1975, e o bicho estava pegando.
Entre outras cobranças, o Brasil clamava por liberdade. Foi então que “As  Cobras” saíram da toca para destilar seu bom veneno. Já cronista consagrado, roteirista e, quando sobrava tempo, saxofonista, o genial Luis Fernando Veríssimo deu vida ao seu par de ofídios que, sozinhos, já davam conta de externar muitas das nossas inquietações. Não satisfeito, o autor foi somando outros bichos, cada qual com seu toque de personalidade. Assim, sob o olhar curioso e irreverente de suas pequenas cobras, desenhou como poucos o cenário daqueles anos em que deixamos para trás o autoritarismo e reinauguramos a democracia.
Arrasta-se o ano de 2015, e, para comemorar o quadragésimo aniversario de “As Cobras”, a Santa Sede: Crônicas de botequim poe seus boêmios escritores a reverenciar LFV, um dos autores definitivos no gênero. Para cada uma das doze tirinhas selecionadas, seis crônicas inéditas. Para cada leitura no botequim, o surpreendente rastro perseguido, gerador de muitos e novos sentidos. Porém, uma constante: nosso país ainda tem muito o que aprimorar em termos de sociedade. Afinal, a atualidade dos temas suscitados nos faz crer que, mesmo na democracia, o bicho segue em nosso encalço. Entre ficar ou correr, escolhemos refletir e criar. Nasce assim este livro-tributo, Cobras na cabeça: crônicas (ir)reverentes. Peçonhas a parte, ainda (e sempre) é tempo de cobranças!

Participam do livro os cronistas Tiago Pedroso, Luciana Farias, Zulmara Fortes, Camila Leão, Gerson Kauer, José Elias Flores Jr, Ronaldo Lucena, André Hofmeister, Luciana Villa Verde, Gabriela Ferreira, Nara Accorsi, Giancarlo Carvalho, Dora Almeida, Linda Grossi, Roberto Marques, Felipe Basso, Rosane Schotgues Levenfus, Cris Lavratti.

Organização: Rubem Penz Editora Editora Buqui

As Cobras são o produto da combinação do meu gosto por quadrinhos com minhas limitações como desenhista. Cobra é muito fácil de fazer, só tem pescoço. Elas começaram no Zero Hora, de Porto Alegre. Era o tempo da censura, e muitas vezes se podia dizer com desenhos o que não dava para se dizer com textos. As Cobras dão palpite sobre tudo, mas prefiro as cobras filosóficas, comentando a insignificância dos répteis – incluindo os répteis humanos – diante do Universo..

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