Não faz muito tempo, pela primeira vez, o vi pousado. É a expressão da fragilidade.
Já, voando, é:
Leveza de voal em janela escancarada pelo vento.
Agilidade de funâmbulo ante queda iminente em abismo profundo.
Explosão de lua cheia.
Sutileza de garoa em dia cinzento.
Maciez de cetim.
Sonoridade discreta de arroio no meio da mata.
Policromia furta-cor em telas de Monet.
Delicadeza de orvalho na teia de aranha.
Desafio da natureza no voo reverso.
Inspiração de poetas e cientistas…
Ah, se o beija-flor soubesse do encantamento das flores com sua visita, estaria sempre a beijá-las! Essa criaturinha é garantia de que elas jamais deixarão de fazer com ele a alegria dos jardins.