11 Carla Penz

Que futuro?

Desmatamento, queimadas, fenômenos climáticos extremos, secas intensas, chuvas concentradas e em excesso, ciclones – o fim do mundo, enfim. Que futuro esperar para a próxima geração se nem o presente conseguimos organizar? Se a morte está prevalecendo à vida? Se o lucro de poucos está sendo priorizado em lugar da vida de muitos? Se governantes e parlamentares neste estado aprovam o desmonte do código de proteção ambiental permitindo desmatamento das margens de rios, banhados, das encostas de morro, ou seja, das áreas de proteção ambiental que são absolutamente fundamentais para manter o equilíbrio do ecossistema?

Então não me venham falar de futuro para as crianças se os adultos não conseguem cuidar da sua casa terra. Se entregam à nova geração o descontrole ambiental e climático. Se permitem o envenenamento dos alimentos com agrotóxicos cancerígenos proibidos na Europa que causam também Alzheimer e outros problemas de saúde.

Não me venham falar de futuro se no passado mataram e no presente matam quem defende o meio ambiente, quem não quer a contaminação de rios com mercúrio do garimpo ilegal, nem monoculturas que exaurem o solo, quem defende a biodiversidade e o plantio orgânico, a agrofloresta para preservar o meio ambiente e ao mesmo tempo produzir alimentos saudáveis para os humanos.

Não me venham falar de futuro se permitem a mineração predatória, com altos lucros para empresas internacionais que exploram e enriquecem com nossos minérios e em troca deixam quase nada de impostos para nosso país. Além de empresas nacionais que lucram excepcionalmente enquanto a população agoniza.

Que futuro há se uma mineradora cava minas/cavernas do tamanho de campos de futebol embaixo de uma cidade grande provocando o afundamento do solo, rachaduras nas edificações e a população tem que abandonar suas casas? Alguns destes moradores estão se suicidando por terem perdido tudo e não verem possibilidade de recuperar.

Que futuro se outra mineradora deixou encher de lama rios e cidades escoando até o mar, além de um rastro de corpos mortos?

Que futuro se governante e parlamentares queriam aprovar no nosso estado a criação de uma mina de carvão que aumentaria o aquecimento regional e global, afundaria e poluiria o leito do rio que fornece água para várias cidades? Mesmo sendo o Brasil signatário de acordos internacionais que se comprometem com a diminuição da emissão de carbono e o aquecimento.

Quem são os governantes, parlamentares e juízes que permitem que isso aconteça, afrouxam legislações e fiscalizações, chamando isso de “flexibilização”, facilitam o licenciamento ambiental para empresas poluidoras, em vez de fazer sua função de proteger a vida, o ecossistema e a população? É fundamental saber para nunca mais votar neles!

E é por isso que digo: não me venham falar de futuro.

 



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