A cidade explode e o corpo sacode ao ouvir o seu tocar. São elas, As Batucas, fazendo a festa. São elas, mulheres, com pandeiros, chocalhos e cuícas, surdos, tambores e tamborins. Na vanguarda, compõem a cena da cidade, trazendo cultura, música e alegria para quem aceita o convite. É a vida ganhando a rua e a rua tornando-se palco.
Batucar é verbo. Quando intransitivo, é cantar e dançar com o batuque. Quando transitivo, diretamente ritmamos algo percutindo. Batucas é nome. Feminino e plural. Daquelas que batucam em qualquer lugar: na praça, na rua, na casa de festa. É sujeito, longe de ser assujeitado, que pratica a ação. É quem ensina, aprende, brinca, dança, canta e anima.
Amora ama As Batucas. Desde o início da orquestra, acompanha a mãe nos ensaios e nas apresentações. Ao brincar com os instrumentos, foi aprendendo a batucar. Agora, com dezesseis anos, compõe o grupo ao lado da mãe e da avó. O batuque toma conta da minha alma. Aqui sou eu, plena e feliz. Plenitude e felicidade transcendem a musicista e contagiam o ambiente.
Difícil ficar indiferente a uma batucada. O som viaja no espaço, no tempo e na mente. E, assim, é ressignificado: desde a batida na panela da varanda de casa até o sambinha percutido na caixa de fósforo. São lembranças. Batuques que agitam a cidade, quiçá o país. Dançar é preciso, literalmente. Aqui importa quem toca, bora batucar?