Sete vidas
Juçara Silva Só
Morte e vida severina – não necessariamente nessa ordem, trouxe a esperança que nasceu com uma criança, transformando, com o passar do tempo, a obra em auto de Natal. Traduziu a crueza e a contundência da seca sertaneja. Crítica social em forma de poesia, retratou a fuga retirante de uma viagem, onde o encontro com o abandono, a miséria e a morte surgiam a cada nova curva do leito do rio. Mas a esperança os resgatou, tantas vezes quanto necessário, mantendo o legado para a próxima geração.
Vidas secas seguiu quase na mesma trilha, reuniu alguns contos que retrataram as passagens dos personagens de uma família, já mais crescidos, mas sem marcos temporais, carregando narrativas que, de um lado, chamam a cachorra magérrima por Baleia e, de outro, os filhos não tem nome, não tem história e, quem sabe, algum futuro.
Vidas sem rumo, tradução da obra Outsiders, de Susan E. Hinton, falou do amadurecimento de uma geração que vivia entre os sonhos de uma vida melhor e a marginalidade provocada pelas diferenças sociais e econômicas. Virou filme nas mãos de Francis Coppola, e ainda é um retrato bem contemporâneo dos dramas vividos por muitos jovens que estão em busca de uma saída para um amanhã, com menos revolta e violência.
Da vida Privada, O melhor das comédias, do Verissimo, apresentou uma faceta generosa e divertida sobre as tantas verdades e mentiras do nosso dia a dia. De uma forma sutil retratou as promessas, amores e ódios diários por sua lente bem humorada, incluindo costumes, política, relacionamentos amorosos e amizades, que misturam os desejos mais estranhos e dão o tom de tragédia à comédia, ou vice versa, na seleção de crônicas inéditas.
Vidas vazias, de Divaldo Pereira Franco, trouxe a visão de uma sociedade avançada tecnicamente, mas perdida em pensamentos fúteis e comportamentos vazios de significado. Ofereceu mensagens reflexivas e sugestões para problemas do cotidiano, auxiliando a conquistar a plenitude através do fortalecimento moral e espiritual.
Papo reto – A vida sem mimimi, lançamento recente de Kadú Pimentel, tratou sobre a vida real. Propôs não somente um guia para a evolução pessoal, mas que isto se multiplique provocando uma transformação na sociedade, eliminando de vez a vitimização.
Por fim, …Sete vidas tenho para viver
Sete chances tenho para vencer
Mas se não comer
Acabo num buraco…