Caras amigas,
Escrevo estas linhas porque estou sentindo falta de vocês. Não as encontro mais com tanta frequência.
Aliás, ando com saudades de muitas coisas: estações definidas, dias de chuvas mais tranquilos, ventos que sopram suavemente, mais jardins. Para onde foram todos?
Pergunto-me se a maturidade me tornou nostalgico ou se realmente algumas coisas sumiram. Outro dia, estava entre os brincos-de-princesa e as lantanas e achei que iria vê-las no parque. Alegrei-me com o colorido e o frescor da primavera e a possibilidade de reencontrá-las. Infelizmente, não foi dessa vez. Não sei se foi a rapidez do meu voo ou se não fizemos a mesma rota.
No caminho para as helicônias tenho passado pelas poucas lavandas e girassóis que restam no jardim da praça. Vou e volto varias vezes, mas não identifico se já estiveram por ali. Aliás, percebo que os prédios ganham cada vez mais espaço, para desespero dos irmãos pardais que já não têm mais os telhados para se esconder e montar seus ninhos.
Mesmo as marias-sem-vergonha, que crescem facilmente, têm tido pouco chance de enfeitar as ruas onde reinam concreto e asfalto. Finalizo com um desabafo: se os humanos querem seguir erguendo suas edificações, custava colocar mais vasos e jardineiras em suas janelas e sacadas ou ampliar as áreas com telhados verdes?
Despeço-me e aguardo notícias.
Com carinho, saudades e preocupações,
Beija-flor
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