Mike Hodges por Juçara Silva Só

É pau, é pedra…

Juçara Silva Só

Muitas e muitas coisas no mundo saíram dele. Foi e será, por muito tempo, o canal para a expressão de ideias e sentimentos. Através dos rabiscos, objetos foram desenvolvidos, aperfeiçoados. Dos mapas, os tratados foram descritos e leis esboçadas. Das palavras, os marcos conceituais, os romances, as novelas, as teorias, as filosofias.

Modernos ou não, eles nunca saíram de moda. Para mentes criativas, basta um lápis na mão e a superfície desfaz sua alvura em poucos segundos. Macios, são como patins. Deslizam em direções dançantes ao ritmo do pensamento e sucumbem ao final da linha, mergulhando de volta no próximo devaneio.

Garatujas e brincadeiras fazem a história de qualquer um. Parece que o que não pode é mais gostoso, na parede, na roupa, no móvel da sala, na casa da vó.

E vem de muito longe, da época das cavernas. Os gravetos queimados permitiam os registros, as linguagens, as emoções que fizeram parte da história e da cultura. É quase que a extensão da nossa própria mão.

Escrevinhar a vida no diário, a carta pro amor distante, o bilhete para lembrar, o recado para esquecer.

A ideia não compreendida, vira desenho. O desenho impressionante, chama a crítica do expert. Para bom entendedor, meia, só meia palavra basta.

Com a chegada do verão, as ideias vão e voltam precisando de gelo, de sol, de sombra e água fresca, de brisa de mar. Não querem mais hibernar à espera do calor, buscam refresco.

Tanta coisa já escrita, tanta teoria encadernada, há muito ainda por fazer.

Mas quero agora deixar emergir aquilo que muito além de poesia, vira canção.

…É a promessa de vida no teu coração. É pau, é pedra.”

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